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A função do Controle na contabilidade.

A contabilidade possui diversas ferramentas que auxiliam os gestores e tomadores de decisão. Nas últimas décadas, o controle tem se destacado bastante. Mas o que seria esse controle?


O contexto da necessidade de controle contábil surge a partir do modelo contratual das firmas, que conceitua as organizações como um conjunto de contratos com diversos tipos de agentes diferentes. A contabilidade e o controle nas organizações produzem conhecimento comum para auxiliar a definição de contratos entre os agentes.


A Teoria da Contabilidade fornece uma base conceitual para a compreensão e prática do controle contábil. O controle nas organizações é uma atividade crucial para garantir que as metas e objetivos da empresa sejam alcançados de forma eficiente e eficaz. É importante que o controle seja visto como um processo de equilíbrio e balanceamento, para que não se torne excessivamente restritivo ou negligente.


O controle pode ser definido como um processo que permite à empresa garantir que suas operações estejam em conformidade com os objetivos e metas estabelecidos. Em outras palavras, o controle é o processo de monitorar e avaliar o desempenho da empresa e tomar medidas corretivas, caso necessário. O controle é projetado para que as forças de conflito não superem as forças de cooperação dentro de uma organização. Para alcançar esse objetivo, Sunder (2014) fornece 5 funções na implementação de contratos organizacionais, a saber:


(1) mensurar as contribuições de cada um;

(2) mensurar e pagar pelos direitos de cada participante;

(3) relatar aos parti- cipantes a extensão do cumprimento dos contratos;

(4) distribuir informação a potenciais participantes para manter a liquidez dos vários fatores de mercado dos quais a organização extrai os seus recursos; e

(5) distribuir certas informações como conhecimento comum para ajudar a reduzir os custos de negociação dos contratos.


Os acordos que estabelecem os deveres e os direitos de cada indivíduo em uma empresa variam de acordo com os recursos que cada participante tem disponível e está interessado em receber em troca. Os indivíduos racionais se envolvem em uma empresa somente enquanto eles recebem (ou esperam receber) uma remuneração maior da empresa do que eles poderiam obter em outro lugar pelo uso de seus recursos. Os contratos entre os indivíduos e a empresa, juntamente com os mecanismos de contabilidade e controle para garantir o cumprimento desses contratos, são selecionados de modo a haver uma compatibilidade entre eles.


Nesse contexto, é fundamental separarmos a ideia de controle nas organizações e controle das organizações. O primeiro refere-se ao processo de monitoramento e verificação das atividades internas da organização, com o objetivo de garantir que as metas e objetivos estabelecidos sejam alcançados. Isso inclui o controle de processos, desempenho de funcionários, uso de recursos, qualidade do produto ou serviço, entre outros aspectos. Controle das organizações implica que a organização é um instrumento de um agente ou um grupo que o utiliza para alcançar seus objetivos, enfatizando a disparidade nos poderes relativos de barganha dos agentes controladores e dos outros.


As instituições são compostas por pessoas que devem contribuir com recursos e têm o direito de receber compensação em troca. O desejo de cada indivíduo de alcançar seus próprios interesses pode levar tanto ao conflito quanto à colaboração. Para garantir que o instinto de cooperação prevaleça sobre as forças centrífugas do conflito, os sistemas de contabilidade e controle são projetados. Isso é alcançado por meio de cinco funções na implementação e aplicação de contratos organizacionais:


(1) avaliação das contribuições de cada indivíduo;

(2) avaliação e pagamento dos direitos de cada participante;

(3) comunicação aos participantes o cumprimento dos contratos;

(4) distribuição de informações a possíveis participantes para manter a liquidez dos vários fatores de mercado dos quais a organização obtém seus recursos; e

(5) compartilhamento de informações como conhecimento comum para reduzir os custos de negociação dos contratos.


As obrigações e direitos de cada indivíduo em uma organização são estabelecidos por meio de contratos que podem variar, dependendo dos recursos que cada participante tem para oferecer e está disposto a trocar. Pessoas racionais só permanecem em uma organização enquanto acreditam que estão recebendo ou irão receber uma compensação maior do que aquela que poderiam obter em outro lugar em troca de seus recursos. Os contratos dos agentes com a empresa e os mecanismos de contabilidade e controle são projetados de forma a serem adequados uns aos outros. É por isso que a forma dos contratos pode variar entre acionistas, gestores, trabalhadores de fábrica, equipe de vendas e clientes, e a participação desses grupos na contabilidade e controle da organização também pode variar de acordo com seus interesses.


Portanto, uma teoria contábil adequada deve abranger todos os elementos cruciais da atividade contábil em uma estrutura unificada. O modelo de organização contratual e suas aplicações sobre os mecanismos de controle proporcionam uma estrutura que é simultaneamente simples e abrangente para esse propósito.


Para finalizar, é importante destacar que Sunder (2014) faz uma diferenciação entre as convenções contábeis e seus aspectos econômicos. Os elementos conhecidos como convenções possuem valor econômico que é inteiramente gerado pela coordenação entre os agentes envolvidos. Nenhum valor atribuído a elas vem da escolha específica da convenção em si. Outras características contábeis, tais como entidade, avaliação, partidas dobradas e regime de competência, têm impacto econômico direto e, por essa razão, não devem ser consideradas como convenções.


REFERÊNCIAS


SUNDER, Shyam. Teoria da Contabilidade e do Controle. Grupo GEN, 2014.

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